quinta-feira, 29 de julho de 2010

Capitulo um: O Instituto Ametista para criaturas sobrenaturais.

- Sinto sua falta, especialmente hoje.

Ah vovó, hoje provavelmente é o dia me que eu mais precisaria de você...

Afinal o que esperar do Instituto Ametista, quando se vive 17 anos da sua vida no mundo humano?

Apertei a pedra contra meu peito. Agora minha lápis-lazúli presa no cordão preto que nunca mais sairia do meu pescoço.

Deixei a rosa no tumulo.

“Arienne Alcântara - Amada mãe e avó. 1939 - 2009”

- Gabriela. É a hora.

Minha adorável, possessiva e pouco educada mãe, Andrea, me chamou.

- A hora. – Suspirei. – Me deseje sorte. – Sorri para a inscrição.

Me afastei do túmulo e caminhei até o EcoSport prata, onde minha mãe já esperava com a porta aberta.

- Se anime! Eu adorei minha época no instituto. Você vai gosta também! – Tentei sorrir em respostas. Tentei.

As figuras das arvores passavam rápido pela janela do carro.

Não seria tão ruim. Mesmo pra uma jovem bruxa tímida, estranha e antipática. O Instituto Ametista para criaturas sobrenaturais não poderia ser tão ruim.

Eu queria acreditar.

Quatro anos. Quatro longos anos me aguardavam. Como se eu já não tivesse agüentado tempo demais na escola humana. Quando você pensa que se livrou e que vai se divertir. Errado, pense de novo, jovem aberração.

Aberração. Não é um termo legal, humanos costumavam usar isso antes de atirar a maioria das bruxas na fogueira séculos atrás. O problema é que a grande maioria que queimava viva era humana também.

Não tenho um chapéu ou caldeirões, varinhas e bem que eu gostaria de voar em uma vassoura. Mas sou só uma garota com poderes.

Mas nós temos talismãs. Pedras preciosas para ser mais clara, funcionam como uma fonte para aumentar nossos poderes. Cada pedra escolhe seu bruxo, na verdade, uma família bruxa. Está no nosso sangue. A magia.

Enfim, é algo meio complicado para se explicar agora.

- E aqui estamos. O portal bruxo. – Mamãe apontou para uma grossa e grande arvore em nossa frente.

- Vai ficar tudo bem lá, acredite. E é bom me escrever, ou eu acabo com você.

- Eu sei mãe. Amo você. – Ela me deu um beijo na testa.

- Eu também. E tome cuidado com as sereias, são grandes vadias traiçoeiras. E os lobisomens também. São grossos e imprevisíveis.

- Tudo bem mãe, vou me lembrar. – Eu ri e ela me abraçou de novo.

- Agora vai. - Ela me estendeu a minha única mala, que me parecia até grande demais.

Peguei a lápis-lazúli e pressionei entre minha mão e a raiz da arvore. Fechei os olhos.

- Conducto Instituto Ametista.

Um frio subiu pela minha espinha e senti um forte vento contra mim enquanto meu corpo parecia girar.

Parou subitamente e eu sabia que podia abrir os olhos.

Eu tinha a pedra na minha mão direita, a mala na esquerda, e um castelo na minha frente. Primeiro passando por um portão preto cercado por uma espécie de neblina branca, algum feitiço protetor, afinal, os grandes governantes do mundo sobrenatural são bruxos.

Eu não era a única recém chegada ao menos, tampouco. Eu logo me vi no meio de algumas fadas. Hora de andar Gabriela.

Fadas são irritantes, elas parecem estar felizes o tempo todo.

Quem é feliz o tempo todo?

Caminhei para o portão

- Nome?

Um velho baixinho e encurvado checava tudo no portão.

- Gabriela Alcântara.

- Ele checou a lista.

- Bruxa. Com a pedra Lápis-Lazúli. É você?

- Sim.

- Passe.

Um médium na porta. Inteligente e óbvio, se alguém quisesse passar por aqui. Pensaria nisso. Sorri sozinha observando minhas pernas passarem pela névoa branca.

Obvio também, essa é a maior proteção.

Logo a névoa sumiu e eu vi um gramado verde, intensamente verde. Por um momento distrai meus olhos com a paisagem natural, o enorme gramado e as árvores que cercavam o castelo. Ah o castelo. Primeiro uma escada das mesmas rochas claras em que ele era construído, suas torres enormes erguidas acima e aos lados, a grande porta de madeira... Era digno da realeza.

O instituto era incrível. Isso eu tinha de admitir.

- Para portão principal e encontrem a fila da sua espécie. - Um centauro passava gritando.

Caminhei, não foi difícil encontrar os bruxos.

Não estavam em fila, mas as espécies mantinham-se em grupos perto de um provável professor da mesma espécie.

Primeiro vi as fadas. Não, elas não se vestem com plantas ou coisa parecida. As fadas têm os corpos como os dos humanos só que com alguns poderes limitados. Apenas uns truques que fazem plantas crescerem, suas orelhas são pontudas e seus olhos são diferentes. Você só encontraria íris violetas, prateadas, verde limão... E as asas, claro. Os elfos puxavam as mesmas características. Mas eram homens e não tinham asas.

E nem eram tão irritantes.

Na verdade as fadas e as sereias eram as que apresentavam as maiores diferenças da aparência humana. As asas e as caudas.

Sorte delas.

Os lobisomens e metamorfos eram o próximo grupo. Todos se mantendo na forma humana. Uma pequena diferença. Metamorfo pode se transformar em qualquer criatura. O lobisomem apenas na (estranha) forma meio lobo meio homem. Não era preciso uma lua cheia para nada disso...

Senti um baque frio contra meu corpo.

- Preste atenção no que você faz. – Ele usava óculos escuros, chapéu e um sobretudo preto, em pleno verão. Vampiro, claro.

Infelizmente eles não queimam no sol, nem com água benta, não têm nenhum problema com alho ou crucifixos. Mas a estaca de madeira no coração é verdade.

E outros dois detalhes das lendas.

Primeira: O sangue.

Segunda: Eles eram criaturas da noite.

- Você que está no lugar errado. – Sabia que ele tinha me ouvido, mas me deu as costas quase correndo para sombra de uma árvore, onde haviam mais deles.

Esquisitos.

- Não ligue pra isso. – Uma bruxa se aproximou de mim.

- Cherrie. – Ela se apressou em estender a mão de pele clara. Sua aparência era oriental. Um par de olhos pretos e puxados no mesmo tom da franja reta que compunha um longo cabelo liso.

- Gabriela. Gabriela Alcântara.

Apertei sua mão.

- Olá Gabriela.

Cherrie é aquele tipo de pessoa simpática, adorável e falante.

Eu era o aposto.

- Aquele é Benjamin Bertrand. Um vampiro cheio de não me toques do segundo ano. - Cherrie me apresentou o estranho.

- Como a maioria.

- Mas a noite ele é bem bonito de se ver. Como a maioria deles, também.

- Não é seu primeiro dia aqui? Como sabe?

- Minha irmã está no ultimo ano, e eu já fiz algumas visitas. – Ela deu de ombros. – Você nunca veio aqui antes?

- Não.

- Em fila.

O centauro passou galopando entre nós.

Formamos as filas em frente a cada professor de nossa espécie.

- O Centauro é Aros Dagny. É um dos coordenadores. – Cherrie sussurrou para mim, tomando um lugar a minha frente.

- Olá novos e velhos alunos. – Uma mulher de feições encantadoras, começou a falar. Seu rosto era arredondado e suas bochechas altas e boca pequena a deixaria parecida com uma boneca de porcelana, se não fosse pelas poucas rugas que trazia. Os cabelos se continham em uma longa trança castanho-quase-grisalho.

Era uma bruxa, uma bruxa bem elegante em seu longo vestido preto com ar de filme antigo.

E poderosa. Constatei quando dei atenção ao enorme Diamante que ela trazia no anel em sua mão direita.

O diamante era a primeira pedra. A primeira das sete. A mais poderosa.

- Meu nome é Abelle de Giry. Sou a diretora do Instituto Ametista para criaturas sobrenaturais. Passaremos todo o ano juntos e espero que encarem nossa escola como um segundo lar. – Ela sorria bondosamente. – Cada fila vai entrar receber o número do seu dormitório, onde vocês encontrarão seus uniformes na cama que lhes pertencerem e o horário das aulas, que terão inicio amanhã. Nós temos algumas regras que devemos dizer aos novos alunos, e lembrar aos antigos que sempre mantém o costume de esquecer, não é? Não é permitido andar sem o uniforme padrão em horário de aula, que duram das dez da manhã, ás oito da noite. O café da manhã é servido das oito horas até as nove e meia da manhã. O almoço pontualmente ao meio dia e o retorno para salas é a uma da tarde. O jantar é servido às nove da noite e todos, repito todos os alunos de todas as espécies devem estar dentro dos dormitórios as onze da noite.

Ótimo. Tenho um horário para ir ao banheiro também? Prisão.

A imagem de Abelle de Giry não era mais amigável para mim.

Ela disse mais alguma coisa sobre como espera que esse seja um ano agradável para todos.

Logo ela permitiu que a fila andasse. Lenta demais para meu gosto.

- Nome? – O mesmo centauro. Aros. Perguntava a cada aluno assim que chegava ao grande portão de madeira.

- Gabriela Alcântara. – Repeti pela milésima vez no dia.

- Aqui.

Ele me entregou dois papéis. Um com o número do quarto. Outro com o horário, que não me importei em conferir logo.

- Hey! – Cherrie riu olhando para meu papel. – Somos colegas de quarto.

Eu só sorri.

- Vamos, quero desfazer as malas logo. – Ela sorriu me puxando, rápido demais. Tropecei na minha própria mala de rodinhas.

Eu cai, Cherrie quase.

- Desculpe-me. – Ela me estendeu a mão ressentida. E então eu vi.

- Isso no seu pescoço. É uma... uma Ônix?

As Sete Pedras - Bruna Cagnin.

Eu não me curvarei
Eu não quebrarei
Eu excluirei o mundo pra longe
Eu não cairei
Eu não enfraquecerei
Eu vou tirar o seu fôlego

(Breaking Benjamin)
- Isso, Gabriela. É uma guerra.

terça-feira, 27 de julho de 2010

início :*

minha primeira postagem, não faço nem idéia do que posso falar para agradar, mas, posso tentar né.
meu nome é camila, e eu vou cuidar do blog, procurar o que postar, sempre buscar coisas novas, não garanto nada muito legal.
já tenho algo para postar que é certo, é uma história, escrita por minha amiga bruna, "as sete pedras", vamos postar um capitulo por semana, e esperamos agradar.
vocês podem mandar idéias, histórias, fotos, músicas, videos, o que quiserem para postar, com seu nome que vou postar dizendo quem é você.
seria legal, exibir trabalhos que vocês fazem, para mais pessoas poderem ficar sabendo, assim, podemos divulgar seu trabalho e também mostrar vários tipos diferentes de artistas, que ainda não foram descobertos.
conto com a ajuda de todos, meu e-mail é: pro.enganosa@gmail.com e pro.enganosa@hotmail.com ; espero que gostem, que enviem comentários e sugestões, obrigada desde já.