-Sim – Cherrie guardou a pedra escura dentro da camiseta.
- A sétima pedra. – Aceitei sua mão estendida e me levantei. - Você tem uma das sete pedras! Porque não disse?
Lembra dos talismãs? Então temos as sete pedras mais importantes do mundo bruxo. Importantes e poderosas. O diamante, com o da diretora Abelle de Giry, a Ametista era segunda no poder, mas essa teve todos os seus bruxos mortos em uma guerra há dez anos... A guerra onde minha avó morreu.
Todos os povos têm suas tragédias, não?
Enfim, o Rubi em terceiro, a Esmeralda, Topázio, Alexandrite e Ônix.
- Oi, meu nome é Cherrie Katashi. Cuidado comigo. Tenho uma ônix e posso explodir sua cabeça com ela. Prazer!
- Ok, soa entranho. – Admiti em pé.
- Obrigada. Podemos subir agora? – Ela resmungou menos simpática.
- Sim.
Grandes escadarias de mármore nos levavam do salão principal até as torres que separavam as espécies. Vinte e uma turmas bruxas, dezesseis turmas de metamorfos e lobisomens, doze turmas da fadas e elfos, seis de sereias e tritões, três de vampiros e, finalmente, apenas uma de centauros.
Seguindo pelos degraus fomos até a torre bruxa.
O interior do instituto fazia jus a sua beleza exterior.
As escadas e corredores formavam quase um labirinto, que Cherrie parecia conhecer bem. Sorte a minha por isso, tenho quase certeza que me perderia para achar o corredor certo.
O longo e certo corredor mostrava portas de um até trinta. Com a diferença dos números, os corredores se repetiam nas torres de cada espécie.
- Aqui. O quinze é o nosso. – Cherrie sorriu apontando a porta de madeira escura com os números “15” em prata.
O dormitório era bem espaçoso. Havia quatro camas, cada uma com uma placa com os nomes e os uniformes ensacados acima dos edredons tom de vinho. E uma porta clara dava acesso a um pequeno banheiro.
- As outras duas garotas ainda não chegaram. “Abgail e Anastácia Osírio” – Cherrie leu nas placas. – Devem ser irmãs ou primas.
- Provavelmente. – Conclui tentando dar meu melhor sorriso para Cherrie.
- Tudo bem, desculpe.
- Pelo que?
- Por tentar ser sua amiga, já que você está querendo lançar um feitiço para colar meus lábios.
- Eu nunca pensei nisso. – Ela arqueou uma elegante sobrancelha para mim.
- Ok, não exatamente isso.
Cherrie colocou a mala de mão na cama.
- Tudo bem, só devia ter me dito algo... Não quero ser irritante, nem quero que você pegue raiva de mim. Vamos ter que dividir um quarto o ano inteiro afinal, talvez mais.
- Cherrie, olha... Você não é irritante, na verdade, eu sou, não gosto de blá blá blá , tanto que minha mãe e minha avó sempre foram minhas únicas amigas, e minha avó morreu a dez anos atrás. Então, caso você não me ache uma grossa insensível, eu gostaria de ter uma nova amiga, o que quero dizer é que você é uma pessoa legal, mas não precisa tentar acabar com todo o silêncio a sua volta. – Sorri.
- Tudo bem, vamos fazer um acordo. Eu falo menos, desde que você se empenhe em melhorar seu humor! – Ela estendeu a mão para mim.
- Fechado. – Apertei.
- Então depois de desfazer as malas, caso você queira eu posso te mostrar a escola. E te apresentar minha irmã. Caso você queira. – Ela ressaltou a ultima parte.
- Ótimo. – Sorri por fim.
Eu não tinha grandes expectativas que Cherrie cumprisse o trato, mas, por pior que eu seja. Sei que na é legal ofender pessoas quando elas estão sendo legais com você.
- Ah os uniformes! Continuam os mesmos, feios! - Ela sorriu apanhando um dos pacotes na mão. Havia cinco. Três dos padrões e dois dos de ginástica.
- E você conhece algum tipo de uniforme bonito?
- Você está certa.
Larguei minha mala de lado e me concentrei em provar o uniforme.
O Banheiro era o mais lugar mais simples que encontrei até agora. Era de um tom palha, pia de mármore. O sanitário. E um Box de vidro separava o chuveiro.
- Hey, estamos na turma bruxa três. – Ouvi Cherrie do lado de fora da porta – Primeira aula amanhã é de Fluência. E vamos ter dois tempos. Depois uma de Astronomia. Uma de Magia antiga, e três tempos seguidos de técnica em duelo, por Deus. A terça parece mais interessante, os dois últimos tempos são de preparação corporal, sabe a única aula em que as espécies se misturam. Quem sabe temos uma turma vampira junto com a nossa...
Imagino que Cherrie tenha ditado o horário da semana inteira. Mas eu estava distraída o suficiente provando o uniforme padrão.
O camisete era branco e a saia era rodada e cinza até a altura do joelho. Por cima havia um enorme sobretudo preto, imitando uma espécie de blazer comprido que caia até a altura da saia. Cherrie tinha razão. Eles eram bem feios.
- Eu disse que eram! –Recobrei a atenção em minha colega de quarto, agora encostada na portado banheiro segurando um enorme espelho onde eu podia ver meu corpo inteiro.
- De onde você tirou isso?
- Da minha mala. – Ela deu de ombros.
Observei o meu reflexo, minha mesma pele bronzeada e os cachos com quem lutava para manter controlados caindo por um palmo depois dos meus ombros.
Um estudante. Uma bruxa estudante.
- Acho nem todo feitiço redutor do mundo, vai fazer com que todas minhas roupas caibam nesse guarda-roupinhas! – Ela resmungou pensativa olhando para a sua esquerda.
Uma olhada rápida e vi todas as grifes caras em cima da cama de Cherrie. Um belo contraste com os meus jeans e camisetas.
Enquanto Cherrie pregava seu espelho ao lado de sua cama eu voltei para minha blusa vermelha e meu jeans.
...
Cherrie cumpriu sua promessa de mostras a escola.
Havia um rio aos fundos, onde as sereias viviam, os enormes gramados, os salões enormes do térreo, as escadas de mármores que nos levavam ao corredores das salas de aula e aos dormitórios, Tudo iluminado por tochas de uma chama branca. Ah, magia.
Todo o chão era de uma pedra escura e havia grandes quadros nas paredes. A maioria eu saberia dizer o nome se conseguisse me lembrar melhor das histórias da vovó. Os maiores líderes das criaturas mágicas no passado. Obviamente, a maioria era bruxa, mas olhando atentamente você encontraria um metamorfo, vampiro ou algo parecido.
O primeiro rosto que reconheci, foi o mais fácil. Os cabelos pretos bem presos em um elegante coque atrás da cabeça, a pele clara com fortes marcas de expressões da idade. Selene Brown, a última bruxa da pedra Ametista a morrer. A mais forte.
- São bem bonitos. – Cherrie comentou percebendo minha atenção nos quadros.
- Minha avó me contou histórias sobre a maioria desses bruxos. Até meus sete anos, antes dela morrer, nós passávamos todas as tardes juntas conversando. Eu adorava aquilo. O Cheiro dos biscoitos que ela cozinhava... Eu nunca vou me esquecer.
- De onde você é?
- Rio de janeiro, Brasil.
- Não conheço, mas morei em São Paulo. Quando tinha uns oito anos. Ou talvez sete. È bem bonito... Mas quando se é uma japonesa cara-pálida você vai preferir o frio.
- Não gosto do frio, prefiro o sol, as praias. O calor.
-Faz jus ao seu sangue. – Ela riu. - Minha mãe é americana e meu pai é japonês. Eu nasci em New Orleans, mas nós nos mudamos bastante, agora meus pais estão Yokohama. – Ela riu. – quando eu digo que mudamos bastante, quero dizer baaastante. Acho que nunca ficamos mais de um ano na mesma cidade.
- Isso não é... Ruim?
- Eu já me acostumei. Mas talvez por isso eu estivesse tão aciosa para vir pra cá. Vou ter que ficar quatro anos, instabilidade finalmente. – Ela sorriu.
Eu nunca havia saído sequer do Brasil antes. Cherrie foi de New Orleans para São Paulo, ao Japão e sabe se lá pra onde mais...
- Hey, Lucy! - Cherrie gritou para um grupo de garotas. - Minha irmã! – Ela virou para mim.
Não foi difícil achar Lucy em meio das outras. Era uma Cherrie aos vinte e um anos, cinco centímetros mais alta. A maior diferença no rosto era o cabelo igualmente preto, mas mantido num corte chaneel curto no lugar dos enormes fios de Cherrie.
- Hey pequena. – Ela sorriu. - Hey desconhecida. – Ela se aproximou acenando com a cabeça.
- Gabriela. – Me apresentei.
- Prazer. – Ela sorriu. – Vejo você no jantar. Preciso encontrar a Amanda Byness ainda. Não a vi as férias inteiras.
- Tudo bem.
- Até pequena. Gabriela. – Lucy acenou com a cabeça e saiu seguida por outras três garotas também sorridentes.
- Tinha em esquecido do jantar. Preciso ir me arrumar...
- É só daqui a três horas!
- Estamos atrasadas. – Ela puxou meu braço...
vc escreve mto bem =)
ResponderExcluirObg :D
ResponderExcluiruOOW surpriendente.
ResponderExcluirSerio, eu tentei escrever alguma coisa mas parecia como se eu colocasse detalhes demais, ou detalhes de menos, e poucas falas... rsrsrs
Muito bom, Vou acompanhar.
obg :) Ah, cada um tem seu modo de escrever, não que eu escrva bem, mas com sforço todo mundo consegue :)
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