quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Capitulo seis: Vampiro.

- Então eu também tenho uma má fama. – Arqueei uma sobrancelha presunçosa.

- Nesse caso seria só para mim, Gabriela Alcântara. – Ele sorriu. – Eu queria falar com você. Na verdade eu preciso. Só não conseguia pensar em uma maneira decente de fazer isso... Mas não se pode desperdiçar uma oportunidade, não é? - Ele suspirou pesadamente.

Os olhos se manteram fixos em mim enquanto a cabeça tombava em um convite mudo para que eu me aproximasse.

Eu observei rapidamente os pequenos detalhes do sótão. O teto era baixo e a luz do luar que passava pela claraboia no centro e era a única luz presente, e também era suficiente. O chão era de madeira quase limpo no centro, onde Benjamin observa a lua. De limpo restava apenas uma cadeira de balanço antiga.

Eu caminhei na direção dele, hesitante, na verdade. Cada passo parecia pesar. Não que houvesse concentração o suficiente para meus pés com aqueles olhos em cima de mim.

- Eu sei que sou estranho, mas não é agradável você ficar me encarando assim. – Ele deu meio sorriso.

Ah droga, minhas bochechas queimaram de novo. Ele estava fazendo de propósito, só pode.

- Sim, você é estranho. – Dessa vez eu estava realmente tentando ser mal-educada. Mas parece que não era tão fácil assim com ele.

- Bem nervosinha, você vai ter de dar um voto de confiança a mim mesmo assim. – Ele ergueu uma sobrancelha fazendo sua testa criar leves ruguinhas.

- O que diabos você quer afinal? - Indaguei cruzando os braços

- Tudo bem, eu estava tentando fazer isso de uma maneira calma, mas parece que educação não se aplica a você, Gabriela. – Ele resmungou.

- Isso também foi muito delicado da sua parte, Benjamin. – Retruquei de volta.

- Pirralha mimada.

- Velho estúpido.

E então o silencio.

Girei nos meus pés me preparando para andar para a saída. Abelle de Giry quando acordada no meio da noite pro alunos novos deve ser mais agradável que um vampiro.

- Espere. - Ele suspirou. – Desculpe.

Eu parei ainda de costas, não ia me arriscar a olhar para ele e me derreter como uma menininha. Não mesmo!

- Você pode vir até aqui?

Caminhei mantendo minha cabeça baixa. Parei quando percebi a luz na lua sob mim.

- Estou ouvindo. – Murmurei.

Ele colocou as mãos frias no meu braço e me puxou – delicadamente - para o chão, onde ele se sentou de frente a mim.

- Você mesma disse que eu sou velho, bom, eu realmente sou velho. – Ele suspirou – Portando eu já vi muita coisa. Presenciei muita coisa.

- Vá direto ao ponto. – Dessa vez eu me concentrei em fazer uma careta desafiadora enquanto olhava para ele. Nada de olhar para os olhos dele Gabriela, se concentre em outra coisa. Ah Deus, a boca também não! As orelhas, isso. Gabriela olhe para as orelhas!

Que orelhas lindas...

- Você entende? – Ele interrompeu antes que minha imaginação começasse a fluir pra como deveria ser por baixo da sua camiseta azul-marinho.

- Hã... Anham. – Dei de ombros. Eu não tinha ouvido uma palavra do que ele dissera.

Não estava a uma distancia segura para prestar atenção em palavras. E claro que eu também não ia dizer “Oh, pode repetir por favor, é que eu estava distraída imaginando sua camiseta no meu quarto de manhã...

Caramba Gabriela, se controle sua tarada! Graças a Deus por vampiros não poderem ler mentes.

- Bem, eu devia encontrar Gabriela Alcântara. E você tropeçou em mim ontem. Havia alguma coisa em você, que... Eu não sei. Mas você tinha... Você tem alguma coisa que chama atenção Gabriela. – Só ai ele parou para respirar. – E eu ouvi você se apresentando para Cherrie, sabe sentidos de vampiro. E eu tive certeza. É você.

- Que diabos você quer dizer, Benjamin?

- Tudo tem haver com Arienne. – Ele suspirou pro fim.

Eu procurei ar, mas não encontrei um modo de fazer com que ele fosse até meus pulmões.

Tudo tinha haver com Arienne. Ele disse Arienne!

- A mi-minha avó? – Minha voz saiu arrastada e gaga demais. Mas ele havia entendido.

Agora não importava mais nada, nenhuma fantasia sobre o corpo de Benjamin, ou seus olhos ou sua boca.

Ele estava falando da minha avó. De Arienne Alcântara morta e enterrada há dez anos.

- O que, o que você sabe... O que? – Balancei a cabeça tentando colocar minhas idéias no lugar.

- Eu conheci sua avó, Gabriela. Ela salvou a minha vida.

Acenei para que ele continuasse.

- A guerra dos céus, você deve se lembrar. – Claro que eu me lembro perfeitamente de tudo.

Por mais que lutasse para esquecer. – Eu fui um dos envolvidos. Um voluntario. – Ele suspirou. – Não é a primeira vez que eu estou aqui. O meu primeiro ano foi a dez anos atrás, na época que sua avó era viva e lecionava aqui.

Acho que não mencionei o fato de que minha avó era professora de fluência do Instituto. Na época em que o nome “Ametista” ainda não era usado. Antes da guerra.

- E como ela salvou sua vida? Porque você ainda está aqui? Porque você está me dizendo isso?

- Abelle de Giry na época ainda era coordenadora. Assumiu quando o diretor Ferandiére morreu. Ela dizia que os alunos deviam ficar de fora para sua própria segurança. – Ele pareceu se divertir com essa parte, o que me causou raiva. – Mas eu já era bem velho naquela época. Eu fui para a guerra.  Foi no fim do meu primeiro ano letivo, depois de tudo eu abandonei as aulas e fui para a Itália. As coisas aqui mexeram com a minha cabeça, em séculos de vida vampira eu nunca havia sentindo... bem, sentido medo. Patético eu sei, um vampiro com medo. Mas Gabriela foi horrível. Mortes e destruição. Mas patético ainda isso assustar um vampiro não é? Eu devia viver disso... – Ele deu uma pausa perceptível como que para retomar o rumo da história inicial.

- Benjamin, eu entendo. Foi horrível. Era uma guerra afinal, mortes, sangue, dor. Ou você se esconde do mundo, ou você sai e morre. Ou pior, você sai e sobrevive...

- Sim. Compreendo. –Sua voz saiu arrastada em um muxoxo. – Eu quase morri. Sua avó salvou minha vida. E lembra-se que eu queria te mostrar uma coisa? Na verdade é devolver a você uma coisa que já é sua por direito.

- O que?

- Espere.

Benjamin se levantou elegantemente e caminhou até uma das caixas empoeiradas no escuro e a revirou.

O cheiro da poeira me incomodou momentaneamente.

Ele voltou com um embrulho de papel cor de, bem, cor papel de padaria desbotado. Preso com cordinhas.

- Você vai ter de confiar em mim, é uma história um tanto longa. – Ele sorriu enquanto passava o embrulho para mim. – É o diário de Arienne. Não se preocupe, eu nunca sequer abri a capa para ler. Eu lhe juro.

- Da minha avó? – Indaguei olhando o embrulho. Logo rasguei o papel - que quase de desfez sozinho – Revelando um caderno de capa dura cor de vinho. Com os dizeres em dourado.

“Memórias de Arienne Alcântara”

Eu tive certeza de que era autentico quando li as letras douradas. Era a caligrafia dela, fina, inclinada e angulosa que eu reconheceria em qualquer lugar passasse o tempo que fosse. Era o diário da minha avó. Era dela. Dela e só dela.

E agora era meu.

- Como você conseguiu isso Benjamin? – Minha voz subiu algumas oitavas sem que eu percebesse.

- Eu vou lhe contar, calma. – Ele se sentou de frente a mim novamente.

Dessa vez suas mãos caminharam para as minhas que acariciavam a capa do caderno envelhecido. – Eu sei que sua avó era importante para você. Sei que você nunca mais foi a mesma depois que ela morreu, perder alguém que se ama é sempre complicado. - Ele suspirou, mantendo sua mão esquerda sobre a minha enquanto a direita subiu até meu queixo, me forçando a olhar para seus olhos.

- Eu não quero que você sofra Gabriela. Mas você pode se lembrar do dia em que sua avó faleceu, o que aconteceu naquela noite?

O assunto fez com que navalhas se agitassem em minha garganta e meus olhos queimassem por dentro.

Mas mesmo entre a dor o simples toque dele conseguia fazer minhas mãos e meu rosto formigarem. Não de uma forma ruim.

- Eu recebi a noticia pela manhã. – Comecei. – Minha avó morreu por asfixia. Os bruxos aliados a magia negra armaram explosivos mágicos na floresta que envolve a escola. Quando alguém se aproximava tudo queimava. Minha avó pisou onde não devia e detonou um feitiço, só pudemos enterrar seu corpo porque um homem trouxe de lá, ou ela seria mais um dos corpos queimados da época.

Quando terminei minha curta narrativa as lágrimas escorreram.

Oh droga, eu estava mesmo chorando na frente dele.

- Shh, eu sinto muito. – Ele afagou meu rosto secando as lagrimas. – Mas a história começa ai.

- Conte. – Exigi.

- Sua avó não pisou onde não devia. Ela voltou por vontade própria, para salvar alguém. Um desconhecido dela. – Ele pausou, não sei se para reunir coragem ou deixar que eu falasse alguma coisa.

Eu apenas sequei o resto das lagrimas que insistiam em descer e deixei meus ouvidos atentos.

Eu não duvidaria que minha avó voltasse para salvar alguém, ela era uma heroína. Seria típico dela.

- Uma bomba feitiço foi acionada e tudo pegou fogo. Os outros montaram em seus unicórnios e cavalos alados e fugiram. Não os culpo. Eles é que estavam certos. Mas bem, nem todos conseguiram fugir, alguém ficou para trás... Gabriela, eu fiquei para trás. – Ele suspirou. – Eu só ouvi os galopes distantes enquanto o ardor do fog se aproximava de mim. E você sabe, somos tão agarrados a vida. Eu entrei em desespero. Não havia saída. Apenas o calor cada vez mais perto e os galhos das árvores desabando em todas as direções. Quando me dei conta, minha perna era um dos galhos que queimava, não sei como, mas eu cai no chão e comecei a me debater, e meu braço começou a queimar também. Eu ia morrer, ninguém poderia me tirar dali a tempo do meu corpo e recuperar das queimaduras, o fogo o consumiria. Matar um vampiro é uma coisa realmente difícil, afinal eu sou imortal, não adoeço ou envelheço. Mas meu corpo é carne e osso, ele queima.

Mais uma pausa.

- E então? – Por mais atordoada que aquilo estivesse me deixando eu pedi pela continuação.

- E então como o maior alento que você possa imaginar, água me atingiu. Água conjurada a partir da lápis-lazúli da sua avó. Acredito que essa mesma que você traz no pescoço hoje. Bem, Arienne estava do meu lado perguntando-me se eu estava bem. Ela havia aberto uma fissura dentre as chamas conjurando água. Mas o fogo já estava consumindo tudo de novo, dessa vez mais forte. Nós tentamos fugir dali. Mas o fogo não cedia, por mais água que ela invocasse nada parecia detê-lo. Nós rastejávamos em busca de ar. Foi ali que eu compreendi o horror de uma guerra. Foi ali que eu compreendi a crueldade verdadeira. Foi ali que eu senti medo.

Meu cérebro lerdeou até ele pudesse processar tudo.

- E como... como. – Eu não me preocupei mais em conter minhas lagrimas agora. Não havia jeito mesmo, deixe que elas escorram então.

- Nós tentamos fugir. – Ele recomeçou. – Mas havia muita fumaça, isso não era um problema para mim. Vampiros não precisam de ar como vocês. Mas para Arienne as coisas ficaram difíceis. Ela começou a vacilar. As memórias daquele dia são fracas para mim, porque tudo que eu tentei fazer durante esses dez anos foi esquecer, mas as palavras dela, as últimas palavras da sua avó eu nunca consegui. Eu sei recitá-las perfeitamente até hoje e acredito que ainda será assim daqui a cem anos... Arienne estava fraca, tossia tanto e quando ela caiu foi a última vez em que falou comigo. Ela disse o seu nome. E Mencionou o diário. Não foi claro, mas eu me lembro... “Gabriela... Neta, meu diário... dela, mais velha, dê a ela. Gabriela” Eu consegui entender que isso devia ser seu. - Ele apontou para o diário - Então quando voltei ao instituto, roubei da sala dela. Por favor, não me leve a mal com isso. A única intenção desde aquele dia era entregá-lo a você.

Ele deu mais uma pausa para respirar. E eu entrei em crise, levei as mãos ao rosto para conter meus soluços do choro que se desencadeou de maneira frenética.

- Gabriela... Eu sinto muito.- Ele colocou as mãos nos meus ombros, primeiro hesitante, como se esperasse minha permissão. Depois me puxou para um abraço. Não era apertado, eu poderia me afastar se quisesse, mas simplesmente não havia como pensar, como reagir.

Eu estava revivendo meus sete anos de idade.

- Eu sabia que você sofreria. Desculpe-me, mas eu ainda esperava por uma reação melhor. Meu deus, Gabriela, desculpe-me. – Ele lamentava enquanto afagava os meus cachos.

- Ela morreu. Benjamin, ela morreu. Depois disso, depois disso... Ela morreu. – Lutei para tentar passar algum nexo na minha mensagem entre soluços.

- Ela desmaiou, eu chequei o coração e ele ainda batia. Eu sentia o cheiro do sangue ainda pulsante. Eu corri com Arienne nos braços, mas parecia que para todo lugar por onde eu tentava fugir o fogo aumentava, ou um galho caia ou outra bomba feitiço explodia. E sem as conjurações de água ficou tudo ainda mais difícil. Eu lutei, eu juro que eu fiz de tudo. Mas eu... Eu falhei, quando consegui trazê-la de volta ao Instituto, ela... Havia morrido. Ela estava ficando fraca a cada segundo, eu queria poder ter ajudado, mas eu não sou uma criatura nascida para curar, para ajudar. Ela morreu antes que os outros bruxos pudessem salva-la. Eu sinto tanto, tanto. Eu falhei.

Eu demorei alguns segundos pra processar tudo. O corpo, o homem que havia trazido a corpo da minha avó era Benjamin. Havia trazido quando ainda era viva, porque ela o salvou do fogo. Ela o impediu de morrer.

E ela morreu.

Ah, minha santa Glinda do norte.

- Não... – Murmurei me agitando para me livrar de seu abraço.

- Eu sinto...

- Pare de repetir isso! – Minha voz estava mais alta do que o normal. – Mas que diabos, você não consegue ver? A culpa é sua, Benjamin! Sua!

- O que? – Mesmo com os meus olhos quase doloridos e a minha visão embaçada eu ainda podia ver perfeitamente a expressão em seu rosto bonito. Surpresa, dor, angustia.

Mas eu estava buscando o remorso... Embora seja inútil procurar por isso nos olhos de um vampiro.

Agarrei-me ao diário no chão e me afastei dele como se ele fosse me morder.

- Ela voltou por causa de você. Ela devia ter fugido, era para ela estar viva. Era para minha avó estar aqui comigo. Benjamin, a culpa é sua. Você a matou. – Fui interrompida por um som agudo que identifiquei como mais um soluço do meu choro. – Assassino. – Cuspi a palavra. –Assassino! Você a matou, a culpa é sua, monstro! Assassino! Vampiro!

- Gabriela... – Eu encontrei o remorso que procurava agora. Ou o mais provável, uma farsa de remorso.

- Não se atreva a dizer que sente muito outra vez! – Agora eu estava quase a gritos. – Você não vê? Você destruiu a minha vida, a minha e a da minha mãe. Você matou a minha avó! Por isso você fugiu para a Itália! Covarde. Você não teria coragem de olhar para nós por acaso? Toda a nossa tristeza, toda a nossa angustia! Você tornou uma criança de sete anos na pessoa mais amargurada do mundo Benjamin! Você não passa de um monstro! – Lutei para conseguir me manter de pé enquanto minhas pernas ameaçavam ceder.

- Você não entende. Acha que eu nunca pensei nisso. Uma pessoa morreu para que eu pudesse viver. Você acha que eu não sempre pense nisso? Eu vivo de sangue, Gabriela. A morte me cerca a todo lugar que eu vá. Agora, você acha que eu não tento lutar contra isso? Você não acha que durante séculos tudo em que eu pensei foi como me controlar. Acha que eu vim para essa droga de escola no começo pra que? Aprender sobre bruxos? Não! Para conviver com outros, que como eu, não querem merecer esse rótulo de monstro. Para controlar a sede. Eu tentei, eu fiz de tudo para salva-la, eu juro... – Ele tentou colocar a mão em meu ombro novamente, mas eu me esquivei.

- Cale a boca! - Gritei rezando para que ninguém além de Benjamin fosse capaz de ouvir. – então agora você é o herói? Era para você estar morto! Era para ser você no lugar dela! E ainda me vem dizer que sente muito? Você devia estar morto! Morto! Como a sua família, como os seus amigos. Não se pode viver por séculos sem envelhecer droga, não é natural! Tudo morre, por que você tinha de ser tão egoísta? Porque você tinha que continuar vivo? Você devia estar morto porque e ninguém se importaria! Ninguém sentiria sua falta porque todos os que gostaram de você um dia já envelheceram e morreram. Eu odeio você, Benjamin eu odeio você... Vampiro! Porque minha avó foi no seu lugar? Por quê? Não é justo!

Eu parei de falar procurando estabilizar minha respiração.

Ele parou. Olhando-me.

Congelado. Estático. Pasmo.

- Tudo bem, eu entendo a sua raiva. Quando você se acalmar nós podemos conversar e...

- Não! Droga você não entende nada! Eu não quero conversar com você, eu não quero ver você. Você já em entregou o diário, ótimo! Fez o mínimo do que deveria. Agora me deixe em paz!

Sai dali a uma quase corrida desengonçada e cheia de tropeços pelas escadas escuras, caindo nos últimos três degraus.

Benjamin não veio atrás de mim, ótimo.

A culpa era dele. Era dele!

Eu alcancei a luz dos corredores e dessa vez corri de verdade agarrada ao diário. Meu Deus, se você já perdeu alguém, mas alguém que amava de verdade sabe que isso nunca passa. Porque se você dizer que superou e que não dói mais é porque você não amou de verdade.

Eu passei pelos corredores até que finalmente consegui encontrar meu dormitório.

Eu hesitei antes de abrir a porta para que as outras três garotas continuassem dormindo. E elas continuavam lá, como quando eu havia saído.

Joguei o diário na cama, puxei o elástico do cabelo e peguei os fones de ouvido.

Quase soterrei dentro das orelhas erguendo o volume o mais alto que podia. Numa tentativa de evitar ouvir meus pensamentos.

“Load up on guns and bring your friends. It's fun to lose and to pretend”

Eu abracei meu corpo e me entreguei as lagrimas. Eu só queria poder esquecer tudo e fingir que nunca aconteceu. Eu queria poder dormir e acordar uma criança de novo. Eu queria poder acabar com as dores do mundo. Eu queria poder ser eu mesma sem que tivesse que me esconder atrás de tanta magoa.

Mas isso era impossível. Por enquanto, apenas algumas horas de inconsciência bastavam.

“Hello, hello, hello, how low”

4 comentários:

  1. Nossa,MUITO TENSO !
    Mais sei la ela foi muito dura com Beijamin.
    parecia uma menina mimada.
    mais eu ate entendo a atitude dela.

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  2. TO ADORANDO SEU LIVRO.QUANDO POSTA MAIS???
    TADINHO DO BEIJAMIN,SEI Q ELA PERDEU A AVÓ MAS FOI MUITO CRUEL.
    TO AMANDO MESMO SEU LIVRO!!!

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  3. quando vai postar mais ein???quero maaaaiiiss.to morrendo d curiosidade.

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  4. deesculpa.. atrasei, Deem um desconto pra gabriel mew, ela vai se redimir :) :s
    Mas obg por terem paciencia e lerem, obg mesmo *-*

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