quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Capitulo dez: Aquira

Pensei que minha mãe queria me fundir no seu corpo enquanto ela me abraçava. Sério.

- Você vai me contar tudo, garota, tudo!

Bem. Eu também tenho de admitir que estava morrendo de saudades da minha mãe. Ok, fazia só uma semana que eu não a via, mas ela é minha mãe, vulgo melhor amiga e vulgo, a pessoa mais importante da minha vida.

Então eu contei sobre Cherrie, minha nova amiga meio japonesa e colega de quarto. – nada da parte mediúnica – contei sobre Brige, minha outra amiga metamorfa e desastrada. – o único nome com B mencionado. – Contei das aulas. – Mesmo que eu quase não me lembrasse dos nomes do professores.

Há. Mais dum dos nomes que eu me lembrava ela interessou.

- Então Marek é seu professor! Ah, ele é ótimo Gabriela! Tanto tempo que eu não vejo. Mande minhas lembranças... Ah o que eu estou dizendo, ele mal deve se lembrar de mim.

- Na verdade, ele se lembra. Muito bem se quer saber, Andy! – Minha mãe corou quando eu usei o apelido.

- Ah ele se lembra. –Ah, por favor. Quero continuar acreditando que esses linhos castanhos brilhando são por minha causa. – Então, diga que mandei lembranças. Ah tanto tempo que não o vejo...

Ah, droga.

- Tudo bem, eu lavo a louça. – Me levantei puxando os pratos do lanche para a pia da cozinha.

- As eu senti sua fala! – Mamãe sorriu e eu ri. – E esse domingo você é só minha, e do meu amor maternal! Eu aluguei alguns filmes!

- Ah, por favor, diga que não é Richard Gere.

- Também tenho Patrick Swayze!

- Deixe-me adivinhar. Ghost?

- Exatamente! – Mamãe sorriu vitoriosa enquanto encostava ao meu lado. – “Oh my love, my darling I've hungered for your touch... – Ela cantava feliz.

- Tudo bem. Patrick na sua época viva e bonita então. – Mamãe estava dando a minha risada preferida agora, do tipo de garota-convidada-para-o-baile dos filmes adolescentes. Isso era tão Andrea!

- Eu amo você, agora ande logo com isso. Eu vou buscar sorvete. – Ela deu um beijo estalado na minha bochecha e saio cantando feliz.

-A long lonely time time goes by so slowly and time can do so much. Are you still mine? I need your love… - E a sua voz se afastou.

Mamãe é mesmo uma figura. Sorte de Marek Giatti.

Aaah, eca. Meu professor e minha mãe. Deus queira que eu esteja imaginando coisas.

***

- Finalmente vocês voltaram! – Cherrie saltitava no portão.

Brige caminhava ao meu lado, contando alegre como fora seus dois dias brincando com a irmã mais nova, o pai e a mãe. Nós nos encontramos nas filas que se formavam na volta dos portais mágicos. Eram cinco da tarde do domingo.

Sair no sábado e voltar no domingo era um tanto trabalhoso.

- Juro que se ouvir mais uma briga de Lucy com Brad, eu vou enlouquecer. Enlouquecer estou dizendo!

- Também senti sua falta Cherrie. – Brige respondeu com um soquinho no braço e uma careta presunçosa.

Lá vamos nós.

Como as Osírio não haviam voltando ainda, Brige continuava tagarelando sobre sua família, insistindo para que um dia fossemos conhecê-las.

- Mamãe adorou saber de vocês, ela disse para chamá-las para um fim de semana a estilo Van der Well. Então, vocês estão convocadas...

- Sim Brige, seria ótimo.

Então, o domingo passou.

Como a segunda, a terça.

E o resto da semana.

E a outra segunda. Terça.

É, o instituto não é tão ruim quando você pega o ritmo das coisas, quer dizer, eu já sei até o nome dos meus professores.

Eu tinha aula de Técnica em duelo com Marek Giatti terceiro, dãã! Fluência com o professor Ferdinando Maloes, Astronomia com Amira Leslies. Magia antiga com Jean Laurence, línguas humanas com Lexi Konisberg, Habitações com George Sampaio, Criaturas e espécies com Robin Campbell e preparação corporal com Lory McKenzie, Vicente Perôn e temporariamente, Marek novamente.

Creio que não esqueci nenhum.

E bem, quando eu vi Benjamin nesse tempo? Vi sua nuca em duas aulas de preparação corporal. É, a nuca... Andando, andando, andando. Puuf, sumiu.

E quem liga?

Quer dizer, ele estava me evitando ainda, isso era bem visível. Mas o idiota infantil com mania de perseguição aqui era ele. Ta, talvez a parte da mania de perseguição deva-se o fato de que eu tenho um leve interesse em persegui-lo.

Não exatamente isso, bom... Argh. Quem liga para Benjamin Bertrand?

Eu já disse que eu não.

***

Era a tarde de uma sexta feira.

Tínhamos aula de preparação corporal. E a professora Novaes não havia voltando. O que resulta nas brilhantes idéias de Marek, como unir todos para uma aula de montaria. Anham, com direito aos unicórnios e aos cavalos alados. E eu nunca montei nem em um cavalo normal, obrigada.

Ao menos eu poderia ver outra parte de Benjamin, que não fosse a nuca sumindo para outro campo onde eu não estivesse.

Mas mesmo assim ele continuava andando.

Andando, andando, andando.

Ignorando, ignorando, ignorando.

Idiota.

- Gabriela! – Cherrie chamou. – Você vai ficar encarando o estábulo ou vai fazer algo? – Ela pegou meu pulso.

A professora McKenzie apareceu seguida por um unicórnio. Dois. Três. Quatro. E cavalos alados. Vários.

Ah, eles eram tão lindos... Os cavalos alados, bem, eram cavalos com asas! Os mais bonitos eram os unicórnios, cavalos brancos que brilhavam, realmente brilhavam, com seu único chifre em espiral.

- Escolham um, crianças. – Marek falou pegando a rédea de um cavalo alado acinzentado de crina negra

- O alado branco é meu. – Cherrie resmungou saltitando para frente do estábulo, onde os professores traziam os cavalos.

- Vou pegar um unicórnio. Desastrados não devem tentar voar. – Brige riu seguindo-a.

Eu as imitei, embora pensando seriamente em que diabos fazer pra consegui subir num bicho desses.

- Algum problema Gabriela? – Cherrie subiu no cavalo alado tão graciosamente que fez parecer fácil.

Talvez com um unicórnio fosse fácil, quer dizer, eles são doces, calmos, delicados e bla bla bla por natureza.

- Eu não sei exatamente... Como fazer isso.

- Montar? – Brige apareceu em seu unicórnio

- É.

- Exatamente pra isso que existem professores. – Marek cutucou meu ombro. – Podem ir meninas. Lory quer passar a teoria enquanto vocês andam. – Ele deu uma piscadela.

- Bom. – Cherrie saiu mais rápido que Brige.

- Tudo bem. Suba. – Ele puxou a rédea do cavalo alado acinzentado.

- Você não acha melhor tentar com alguma coisa que não voe primeiro.

- Você está vendo outro cavalo disponível? – Ele me olhou com um sorriso desafiador.

Olhei ao redor.

- Não.

- Suba. – Ele sorriu.

Aproximei-me do cavalo alado.

- Com calma garota. Quer assustá-lo? Muito bem, coloque o pé no estribo e pegue o impulso... EI! Cuidado com as asas!

- Eu estou tomando cuidado. – Respondi ríspida.

- Segure. – Marek me empurrou pela cintura e eu me impulsionei para cima. – Ótimo. Agora mantenha Aquira no chão e sobrevivera. – Ele sorriu, mas ainda segurava as rédeas. – Então, tem visto sua mãe?

Oh. Ele realmente estava me perguntando sobre minha mãe?

- Sim.

- Ela está bem?

-Perfeitamente.

- Ah. Diga que eu mandei lembranças...

- Marek! Acho que precisamos de você aqui. – Professora Lory surgiu graciosa em seu unicórnio, inclinando a cabeça delicadamente para Jazz Sommers se exibindo fazendo algum tipo de drama apontando para o cabelo despenteado. A professora revirou os olhos.

Marek riu.

- Hey Benjamin. Será professor por um dia hoje. – Marek chamou apontando com um polegar para mim.

Calma. Ele disse Benjamin?

- Vejo você depois Gabs. – Marek mal soltou as rédeas e um par de mãos pálidas as segurou.

Ah droga.

- Eu estou bem. Posso fazer isso sozinha. – Puxei as rédeas para mim.

Benjamin Bertrand me olhou feio.

-Tudo bem, você não precisa dar uma de durona por causa das nossas... Diferenças.

Puxei as rédeas de novo. Mas ele não soltou.

- Você não sabe montar, vai se machucar.

- Quem disse que eu não sei montar?

- Você. Eu ouvi.

- Perfeitamente educado de a sua parte ouvir conversas alheias, Benjamin.

- Não tenho culpa, ouvidos de vampiro lembra? Posso ouvir até seu coração batendo... Ele está mais rápido do que a maioria aqui.

- Cale a boca. – Resmunguei na mesma hora em que minhas bochechas queimavam. Idiota, idiota, idiota! Irritante, convencido...

- E eu acho que devo um pedido de desculpas a você. – Estúpido e...

- Desculpas?

- É.

- Ótimo. Agora, me deixe em paz. –Puxei as rédeas de novo dessa vez ele a soltou.

- Gabriela, será que você pode...

Não ouvi o resto da frase.

Não ouvi porque comecei a sacudir as rédeas do cavalo, e esse começou a relinchar. E a pular. E a voar.

E eu comecei a gritar.

O barulho das asas batendo era imenso, também pudera, aquelas coisas abertas eram umas dez vezes maior do que aparentavam.

Eu me agarrei com força às rédeas que ardiam em minha mão enquanto o vento forte me fez fechar os olhos, eu colidia pateticamente contra Aquira, uma égua alada diabólica.

Eu havia perdido minha noção de local, na verdade, eu havia perdido toda a noção enquanto me segurava para não me espatifar no chão, que sabe se lá a quantos metros de distancia estava.

Ela ainda voava, sem direção enquanto a ventania quase parecia querer me separar do cavalo, e que se não fosse a ventania eu estaria chorando como um bebê pela dor em minhas mãos que se ralavam tentando segurar em qualquer parte da égua. E ela começou a descer, finalmente. Para baixo, para baixo, para baixo...

A senti vibrar quando seus cascos tocaram o chão, ela relinchava dava coices no ar. Minhas mãos cederam e próxima coisa que senti foi meu corpo contra o chão. E a dor.

Me levantei com dificuldade, minhas mãos ardiam e estavam com vergões verticais. E as minhas costas me matavam. Isso deve ser graças a queda.

Olhei ao redor. Parecia uma pequena campina, logo depois as arvores a cerca de maneira intensa.

- Onde é que você nos trouxe ein? – Perguntei retoricamente a Aquira, que agora estava calma. Ah, ótimo.

Eu não via nenhum sinal de civilização, ou ouvia vozes.

Mas eu sentia. Algo com uma estranha sensação de estar sendo observada.

E um cheiro... De enxofre.

3 comentários:

  1. leitora nova!!!!

    adorei o livro.....vou acompanhar mtooooo.....]

    estou super curiosa p saber quem vai "salvar" a gabriela....rsrsr

    isso é o q dá ser estupido com um car lindo e q se importa com vc...rsrsr(;

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  2. bem vinda *--* Haha, quem será ein ? *-* Obg por ler!

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